Relatório, divulgado, na quinta-feira (14/02), pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), faz um apelo aos países para que eliminem gradativamente o uso de antibióticos na pecuária.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) alerta aos médicos-veterinários, profissionais que atuam diretamente no tratamento dos animais, sobre a necessidade de adequação às normas internacionais de controle do uso de antibióticos.
O uso excessivo de antibióticos em animais e em humanos vem contribuindo para o surgimento de bactérias resistentes a esses agentes. As chamadas superbactérias representam atualmente uma das principais ameaças à saúde pública mundial e o maior desafio da ciência neste século.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, se não controladas, até 2050, as superbactérias serão responsáveis por cerca de 10 milhões de mortes por ano no mundo, tornando-se mais letais que o câncer.
Américas precisam avançar, mas houve progresso no controle global
Embora não traga dados de países isoladamente, o relatório aponta as Américas como uma região que ainda precisa avançar no controle desses agentes. Dezoito dos 30 países americanos (60%) que participaram da pesquisa, incluindo o Brasil, relataram o uso de antibióticos na produção animal e, desses, treze (72%) não possuem legislação para regulamentar o setor.
O relatório revela, no entanto, que houve progresso no controle global do uso de antibióticos na Agropecuária. Dos 155 países membros da OIE, 45 relataram o uso desses produtos para estimular o crescimento de animais. O número é 25% menor do que o registrado no relatório anterior, em 2017, quando 60 países informaram usar agentes antibióticos. A Europa lidera esse processo, com apenas dois países ainda utilizando agentes para crescimento e abate.
Legislação
Houve progresso também na legislação e regulamentação. Atualmente, 72 países informam não possuir legislação ou regulamentação do uso de antibióticos na produção animal, contra 110 países no relatório anterior.
“Essas informações sugerem um progresso na regulamentação e no uso mais prudente e responsável desses agentes antibióticos na cadeia alimentar”, afirma o relatório. “Mas os países precisam fazer mais, criar legislação e eliminar gradativamente o uso dos antibióticos na produção de animais para o consumo”.
Leia o relatório na íntegra: