Novembro Azul: câncer de próstata em pets é raro, porém, mais agressivo

Alerta e os cuidados devem ser maiores com cães idosos e de raças de grande porte
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Comunicação CRMV-SP

No mês mundial de campanha para prevenção ao câncer de próstata, o Novembro Azul, o alerta para o diagnóstico precoce da doença também é válido para os pets. Apesar do índice de surgimento da doença ser baixo entre os cães (e raro em gatos), quando ocorre, é bastante agressiva. O acompanhamento médico-veterinário preventivo, em especial de animais idosos, é fundamental.

Como não existe um registro nacional de câncer animal, não há dados oficiais sobre a incidência – embora já existam, no âmbito acadêmico, iniciativas com o objetivo de reunir estas estatísticas.

“Não temos números nacionais, mas na América do Norte, a ocorrência em cães é de menos de 0,6%”, informa Rodrigo Ubukata, médico-veterinário especialista em Oncologia Veterinária, membro do Grupo de Trabalho em Quimioterapia Veterinária do CRMV-SP e diretor da Associação Brasileira de Oncologia Veterinária (Abrovet).

O especialista esclarece que, por se tratar de um tipo de tumor de baixa frequência nos pets, ainda são necessários estudos mais aprofundados para atestar possíveis causas e formas de tratamento. “Existem fatores genéticos e moleculares, como em humanos, que também estão sendo avaliados”, afirma.

Cães idosos e de grande porte são os mais suscetíveis

Ubukata ressalta que o aumento da expectativa de vida dos animais pode contribuir para o aparecimento da doença e que, geralmente, os casos de câncer de próstata estão associados aos animais de grande porte. No entanto, os cães das raças beagle, scottish terrier, poodle e pastor de shetland são bastante acometidos e relatados nas pesquisas.

“O câncer de próstata é mais comum em cães idosos acima de sete anos, então a idade é um fator predisponente”, informa a médica-veterinária Maria Cristina Reiter Timponi, presidente da Comissão Técnica de Entidades Veterinárias Regionais do Estado de São Paulo, do CRMV-SP.

Sintomas, diagnóstico e prevenção

Para identificar a doença, Maria Cristina orienta os tutores a ficarem atentos a alguns sintomas que o animal pode apresentar. Entre eles, dificuldade de urinar, gotejamento de sangue no final da micção, dificuldade de defecar, urina com cor e aspecto alterados, infecções urinárias recorrentes, tenesmo (vontade constante de evacuar, acompanhada de cólicas) e perda de peso.

“O diagnóstico é feito através do toque retal, como no homem, meio pelo qual se pode notar aumento de volume, alteração de formato e consistência da próstata. São indicados também exames de raio-X e ultrassom abdominal”, explica a médica-veterinária, ressaltando a relevância das observações apresentadas pelo tutor do animal como complemento aos exames clínicos e de urina.

Tratamento

O tratamento pode envolver procedimentos cirúrgicos (prostatectomia), radioterapia, laserterapia e manejo clínico. “A quimioterapia ainda não está bem descrita (com relação à sua eficiência, resposta e tempo de sobrevida) para o tratamento sistêmico, mas a utilização pode ser avaliada baseando-se em oncologia comparada com humanos”, afirma Ubukata.

Nos casos de abscesso (acúmulo de pus decorrente de uma inflamação) na próstata, o tratamento é feito com antibiótico, porém Cristina salienta que nem sempre esse método é eficaz, devido à grande dificuldade de atuação das substâncias neste órgão.

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