A parceria Brasil-Venezuela começou a ser construída em Pirenópolis, Goiás, em abril de 2017, quando as autoridades veterinárias dos dois países decidiram pela vacinação com agulha oficial dos rebanhos bovinos e bubalinos no raio de 15 km, traçado de ambos os lados, em paralelo à linha de fronteira.
Em setembro de 2018, brasileiros e venezuelanos reuniram-se novamente em Pacaraima e firmaram o compromisso de realizar a ação conjunta em todo o território da Venezuela. O setor privado brasileiro doou 21 milhões de doses de vacinas, que estão sendo administradas pelo Brasil e Venezuela, sob a custódia e coordenação do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa).
Na linha de frente da Operação Pacaraima atuam oito médicos veterinários, sob a orientação, desde Brasília, do coordenador de Animais Terrestres, Plínio Leite Lopes, e do chefe da Divisão de Aftosa, Diego Viali dos Santos.
Na primeira semana de novembro, cinco veterinários designados pelo Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desembarcaram em Boa Vista, capital de Roraima, para executar a etapa inicial do plano de vacinação. Tudo é feito em parceria e de acordo com a equipe do Instituto Nacional de Saúde Animal Integral (Insai).
Da fronteira para o interior
A missão é vacinar, a partir da fronteira do Brasil para o interior da Venezuela, todo o gado em Gran Sabana (560 cabeças, estimativa não-oficial) e, no município vizinho de Sifontes (6.700 cabeças, não-oficial), fazer as inspeções clínicas, registrar os rebanhos e propriedades. As vacinações são precedidas de agendamento autorizado pelo proprietário ou responsável.
A equipe está baseada em Pacaraima, mas conta com o apoio de mais dois veterinários sediados em Boa Vista, Terezinha Brandão, chefe de Saúde Animal da SFA-Roraima; e Marcos Duarte, da ADERR, responsável em Roraima pelo Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa).