Brasil é destaque entre os países que usam próteses 3D em aves

Se por um lado, o País tem avanços em relação à tecnologia e às leis de proteção às aves silvestres, por outro, sofre com a falta de profissionais capacitados e número reduzido de fiscais
Texto: Comunicação CRMV-SP
Fotos: Tony Winston/ Agência Brasília (Fotos Públicas)

Quando o assunto é devolver a funcionalidade às aves, o Brasil figura entre um dos países que mais fazem uso de próteses 3D em bicos no mundo. “Nós temos 19 casos clínicos, acredito que é o maior do mundo. Essa tecnologia já uma realidade e faz parte de nossa rotina”, enfatiza o médico-veterinário Roberto Fecchio, pioneiro no uso da tecnologia 3D.

O médico-veterinário aponta que as diferenças da colocação de próteses em aves da que ocorre em outros animais é basicamente a fixação das mesmas. De acordo com Fecchio, a densidade dos ossos das aves é menor para que elas possam voar e, no caso do bico, há ainda uma dificuldade maior devido a comunicação com o sistema respiratório.

“Qualquer fixador que colocamos, pode provocar alguma infecção para sacos aéreos e pulmão, o que limita muito a fixação das próteses do ponto de vista ortopédico. As técnicas clássicas usadas em mamíferos, como parafuso ortopédico, não têm a mesma eficiência em aves. Temos que variar a técnica cirúrgica para obter boa fixação das próteses”, explica.

Quanto aos materiais para fabricação dessas próteses, o profissional ressalta que devem ser utilizados os biocompatíveis, que não geram alergias ou rejeição. As impressões normalmente são feitas em plástico biodegradável, de origem vegetal, como o milho. Embora seja realidade, o Brasil ainda sofre com o baixo número de profissionais capacitados para trabalhar com o uso de 3D.

As grandes universidades que fomentam pesquisa ainda não descobriram a grande magia de trabalhar com essa tecnologia 3D

(Roberto Fecchio)

Fotos: Tony Winston/ Agência Brasília (Fotos Públicas)

Aves silvestres e regulamentação

Cristina Maria Pereira Fotin, integrante da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do CRMV-SP, destaca que o Brasil é bastante avançado em termos de legislação para regulamentar e proteger as aves nativas silvestres e exóticas, mas alerta para a dificuldade em relação à fiscalização, por não termos um contingente adequado de fiscais.

De acordo com Marcello Schiavo Nardi, presidente da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do CRMV-SP, são poucos criadores legalizados em comparação à demanda de tutores que querem adotar aves. “O médico-veterinário não pode negar atendimento, mesmo que a ave seja ilegal ou vítima de tráfico, mas é sua obrigação orientar a pessoa de que aquela ave é fruto de crime”, alerta Nardi.

 

Ainda que exista tráfico de aves silvestres, já há maior conscientização do público em adquirir animais de forma legalizada

(Cristina Maria Pereira Fotin)

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