Em 10 anos, número de médicas-veterinárias no Estado de SP cresceu 121%

Registro de mulheres zootecnistas também aumentou na última década, atingindo 63,7%
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Acervo CRMV-SP Augusta Maria Rosa Munhoz Kerbauy atua há 58 anos na clínica de pequenos animais

No estado de São Paulo, o número de profissionais do sexo feminino na Medicina Veterinária segue apresentando crescimento expressivo. De 2009 a 2019, por exemplo, a alta foi de 121% contra os 64% de acréscimo de homens na profissão. Do total de médicos-veterinários atuantes no Estado (34,9 mil), elas representam 59,9%.

No contexto nacional, o aumento do número de mulheres na Medicina Veterinária, na última década, foi ainda maior, atingindo 143%. No Brasil, elas representam 50,8% do total de profissionais em atividade.

Os dados significam mudanças importantes que a médica-veterinária Augusta Maria Rosa Munhoz Kerbauy viu acontecerem diante de seus olhos, em 58 anos de atuação profissional. Ela, que acaba de completar 81 anos de idade, segue na ativa como clínica de pequenos animais, em São Paulo.

“Ainda temos que nos impor”

Augusta é a médica-veterinária mais antiga do Estado de São Paulo em atividade. Graduou-se pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) em 1961, em uma turma formada por 27 homens e apenas três mulheres.

“Era uma profissão masculina. Hoje é exatamente o contrário. Mas ainda que no passado fosse mais difícil termos nosso trabalho reconhecido, pois os homens faziam piada duvidando das mulheres, continuamos tendo que nos impor para que nossa capacidade não seja diminuída”, ressalta a médica-veterinária.

Carreira de sucesso

Augusta percorreu um caminho de sucesso, que inclui um estágio na Suíça e o trabalho com anestesia no Departamento de Cirurgia da FMVZ-USP, posto que ocupou durante cinco anos, após a saída de Hannelore Fuchs, sob chefia de Ernesto Matera. Começou a clinicar simultaneamente ao trabalho na faculdade. “Por ser fluente no idioma, a maior parte de meus atendimentos era na comunidade alemã. Depois abri meu primeiro consultório, na casa da minha mãe”, conta.

Para ela, o segredo de ainda estar na ativa aos 81 anos é, além de ter pulso firme, se atualizar constantemente na profissão. “A Medicina Veterinária que exerço hoje não é a que aprendi na década de 1960. É preciso se reciclar sempre”, afirma Augusta, enfatizando que, no entanto, o cuidado em examinar o animal de forma completa e sem pressa é um diferencial comum aos profissionais mais antigos no mercado.

O valor de quem acredita nas mulheres

Nessa caminhada, ela faz questão de frisar que mesmo em meio aos desafios havia espaço para apoio. E os principais créditos nesse sentido ela atribui à mãe, cantora imigrante alemã que a criou sozinha após a morte do pai; ao médico-veterinário Leopoldo Gioso, o profissional que atendia os cães de criação da família e a incentivava a seguir a carreira.

E a médica-veterinária Virgínie Buff D’Apice, esposa do médico-veterinário Prof. Dr. Mário D’Apice (catedrático de doenças infecciosas na USP), que, na década de 1950, levou a menina que sonhava em ser médica-veterinária para conhecer os departamentos e laboratórios da faculdade. “Também contei com a parceria do meu marido, Victor Kerbauy, que fazia as cirurgias em nossa clínica, a qual construímos, enquanto criávamos nossos filhos”, enfatiza.

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